Na comunidade quilombola Os Rufinos, o trabalho com barro é secular, passou de geração em geração como um saber usado para a produção de utensílios de uso das famílias e troca de mercadorias. Foi apenas em 2008 que a geração atual identificou o potencial econômico dessa atividade e formaram um grupo de artesanato. Junto à formação da Associação, também houve um resgate da história dos seus ancestrais e a busca pela consolidação de seus direitos como povo quilombola.
Na “Casa de Barro”, ateliê de produção no centro da comunidade, são realizadas as etapas de tratamento da argila, coletada nas “veias de barro” do próprio território: a mistura com a areia que retiram de uma pedra arenosa; o molde manual das peças, secagem, lixamento e o polimento com pedra seixo e óleo vegetal, que garante o brilho surpreendente das peças. As queimas são feitas em fornos artesanais de alta temperatura, e todo processo pode chegar a 20 dias.
São feitos todos os tipos de utensílios de cozinha. Entre as tradicionais panelas e potes, também encontramos diversas travessas, pratos, copos e canecas. A produção se estende a vasos, moringas, garrafas e resfriadeiras com formas sinuosas que carregam uma estética atemporal e sofisticada. Além disso, são feitas bonecas e figuras que representam o cotidiano de suas vidas.
Estão presentes em 5 pontos de venda físicos: três lojas da Economia Solidária, em Pombal, João Pessoa e Soledade, e uma loja própria na Rodoviária de Pombal, todas na Paraíba. Participam de feiras regionais e produzem por encomenda para restaurantes e empresas, além de pedidos personalizados para o consumidor final.